segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Homenagem de aniversário a um "dorminhoco" em recuperação

Por Tati Moraes

Enquanto você dorme...

Eu tento manter tudo aqui igual, como antes
Enquanto você dorme
Eu desejo que você acorde

Faço questão de comer carne seca,
Ouvir Los Hermanos
E saber quanto foi o jogo do Botafogo...
Enquanto você dorme
Rezo, como sempre quis,
Desejando que você fique bem, e logo

Enquanto você dorme
Converso com seu irmão todos os dias
Para ele não se sentir tão só
Sabendo que este lugar é seu


Enquanto você dorme
Vejo que sou capaz do que for para não te deixar
Dormir mais...
Enquanto dorme apenas
Te sinto, tem horas...


Embora estar aqui, nesse momento,
Não fizesse parte dos meus planos,
Como não te olhar, agora,
Enquanto você dorme...


Ainda que eu e você
Não seja para sempre
Nsse momento, qualquer coisa para te fazer existir...
Se o meu amor servir
Mesmo que me custe dias
Ou muito mais...


Eu quero que você acorde
E não quero te perder para você mesmo, fica
Vem ver como está tudo
Enquanto você dorme,
Hora de acordar

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Motivo é o que não falta

por Tatiana Moraes


Eu estava mesmo querendo um incentivo para escrever, já fazia tempo que não exercitava esse meu lado literário. Então, ao assunto recorrente deste blog, lá vamos nós...

Li uma matéria recente sobre esse nosso assunto sempre pendente, relacionamentos. Pesquisas mostram que aumentou o número de bibliografias sobre este tema, e também mudou a forma como as pessoas encaram este tipo de leitura. Ah, as estáticas, como sempre! Aos fim da reportagem a conclusão é de que o gênero comportamento/auto-ajuda/humor agora tem outra “pegada”, ao que me pareceu, a mesma do "Conversa". Adianta chorar? Temos é que rir! 
Então vamos à moral da estória (por sempre tem a moral da estória, não é meninas?). As mulheres mudaram sim e, não sei bem se por consequencia, os homens também mudaram. Alguém pode provar isso cientificamente, eu não posso. A máxima é que não muda, aquela de que todo mundo quer uma boa companhia. Compartilhar conquistas e angústias. No "fim" das contas, entenda como querer casar e ter filhos! E isso vai mudar algum dia, gente? Eu acho que não, espero que não.

O que parece diferente é a ótica sobre estas questões homem/mulher. As meninas não crescem mais procurando pelo tal de príncipe, um par perfeito ou o homem ideal, já foi tempo! Ou sou só eu que não tenho mais paciência para as bobeiras típicas dos meninos, e quero é ser feliz em companhia de um cara legal, que se faça valer à pena?


Me senti parte daquela pesquisa da revista. A “guerra dos sexos” mudou e o gênero literário que repercuti ela não podia continuar do mesmo jeito. Eu entro nessa parte, como se tivesse sido pesquisada. Li os “faça isso, não faça assim” publicados no final dos anos 90 início dos anos 2000. Continuo lendo coisas do tipo, só que agora me sinto, além disso, uma singela colaboradora - eu e minhas amigas protagonizando essas “doideiras” descritas aqui!- Querendo compartilhar experiências, sem ditar regrinhas de como fazer um relacionamento dar certo.

Não existem regras, todo mundo já pegou essa parte da "matéria"? Que bom! No máximo o que dá para fazer é ir percebendo para qual direção uma relação está apontando. Se para o norte, onde fica “pode beijar a noiva” ou para o sul, região do “fundo do buraco”, onde já estivemos pelo menos uma vez antes.

Amadurecer. Admitir. Perceber que o que mudou foi por dentro de nós, mesmo trazendo uma tristezinha, vez ou outra. E que as mulheres masi velhas são mesmo mais chatas! São mais exigentes e menos disponíveis, sacou? Estabelecemos outras prioridades, foi isso. Mas amor, continua sendo amor, pode ficar tranquilo. Não muda "o nome" só porque doeu, isso a gente também já sabe.
Voltando à matéria, uma antropóloga comenta para a revista dados sobre o aumento do número de casamento. Faz um comparativo com o crescente mercado literário que consumimos, e conclui: Não é que as mulheres não querem mais reeditar a história do casamento e filhos para criar, elas apenas estão levando mais tempo para realizar este “sonho” – A realização dos outros está demandando muito da nossa energia, admito. – e termina dizendo que com isso os homens estão desfrutando de companhias mais interessantes. Um gênio essa moça! A idéia é essa.

Para quem gosta, tem uma vasta lista de títulos novos sobre nosso assuntinho predileto. E como um bom título sempre me seduz, lá vão:

“A culpa é delas” (os três autores são homens),
“Ou casa ou vaza” (da mesma autora de “As 10 mulheres que você vai ser antes dos 35”, eu já li e gostei),
“Mulher perdigueira” e “Canalha!” (ambos de Fabrício Carpinejar, ganhador de um prêmio nacional de literatura em 2009. Já vi entrevista dele, o cara é muito bem humorado),
“Homem é tudo palhaço” (as autoras são três jornalistas que relatam desventuras próprias. Que idéia “estranha”! Elas devem ser uns ETs! - risos)
Ah, claro, sempre ela, Martha Medeiros. Vale a leitura da crônica “Doidas e Santas”.

terça-feira, 30 de março de 2010

Madurando

Por Tatiana Moraes

 

Assim mesmo, igual fruta! Por que depois de tanto quebrar a cabeça, me disseram que é natural. Vai entender!
Foi de repente que eu percebi, mas não foi assim que eu decidi: mudei. É que quando fui procurar por mim... Cadê eu?Rodava de um lado, catava do outro e nada de me encontrar. Me achei, e eu já era bem outra.
Quase ninguém "serve" mais para esta que ficou em meu lugar. Sem paciência virou sobrenome da pessoa aqui. Não tenho certeza se estou ficando velha ou chata.
Foi quando dei conta de que aquela que eu andava atrás, já não existia mais e não era de hoje. Como quando deixei de ser adolescente, eu não quis voltar atrás.
Posso sentir que esta solidão dói mais do que aos 16 anos. Quando pensei que o mundo é que estava errado e um dia todos cairiam aos meus pés. Desta vez eu sei que não caem... E não quero que ninguém caia, talvez também não queira que ninguém fique.
Desabafo. Reclamando sem dó, recebi de volta: você está amadurecendo. (E tem cura? Pensei.)
É sério isso, gente? Achei que este "treco" nem acontecesse com pessoas da minha geração. Justo comigo, não acredito.
Mas, se maturidade é isso, obrigada, Senhor! Recaptulando... Agora eu não preciso ser o que eu não quero. Não faço, seja lá o que for, porque não estou afim e não explico o motivo se eu não quiser me explicar, ora!
Virei especialistas em economia: Telefone? Nada. Vamos se encontra, conversa. Vamos, pode ser hoje. Seja hoje qualquer "feira" além, do sábado e do domingo. Sabemos que é melhor voltar cedo, se não amanhã...
Só que amadurecer não nos faz parar de chorar, isso não. Entendi que não importa o que eu fiz. Tá feito.
Aprendi que só me explico se for vantagem para mim. E que não importa mesmo o que os outro pensam se estiver firme.
Vejo que não adianta discutir... Justo com quem.
E que os amores aparecem quando eles bem querem. E para isso não é preciso "dar pinta por ai", faça-me o favor. Finalmente aquela do "antes só do que mal acompanhada" faz todo sentido.
Pena que não tenha me ensinado da não brigar.
Um pouco de maturidade mostra que o futuro é logo ali. E que as realizações precisam começar já. E que não adianta desejar que "um dia" não chegue ou fugir de uma data qualquer... Todo dia chega! E tudo que deve acontecer nele, simplesmente acontece.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Quando é saudade

Tati Moraes



Saudade dói
E é quando a dor aparece
que a gente lembra que existe
E que não esqueceu dele
Quando é saudade
A gente sente, nega, mas em vão
Sendo mesmo saudade, que jeito?
Se entregue às lembranças
Junte-se à aquela amiga
De confiar no escuro e comece...
Quando é saudade e a gente sabe quando é
Nós duas danamos a falar
Contando estórias antigas
Com aquela emoção de "dia seguinte"
E ouvimos, de propósito músicas
cheias dos nossos contos de saudade
Brindamos a cada copo
a estas e as próximas
Felizes sim e cheias de esperança