terça-feira, 30 de março de 2010

Madurando

Por Tatiana Moraes

 

Assim mesmo, igual fruta! Por que depois de tanto quebrar a cabeça, me disseram que é natural. Vai entender!
Foi de repente que eu percebi, mas não foi assim que eu decidi: mudei. É que quando fui procurar por mim... Cadê eu?Rodava de um lado, catava do outro e nada de me encontrar. Me achei, e eu já era bem outra.
Quase ninguém "serve" mais para esta que ficou em meu lugar. Sem paciência virou sobrenome da pessoa aqui. Não tenho certeza se estou ficando velha ou chata.
Foi quando dei conta de que aquela que eu andava atrás, já não existia mais e não era de hoje. Como quando deixei de ser adolescente, eu não quis voltar atrás.
Posso sentir que esta solidão dói mais do que aos 16 anos. Quando pensei que o mundo é que estava errado e um dia todos cairiam aos meus pés. Desta vez eu sei que não caem... E não quero que ninguém caia, talvez também não queira que ninguém fique.
Desabafo. Reclamando sem dó, recebi de volta: você está amadurecendo. (E tem cura? Pensei.)
É sério isso, gente? Achei que este "treco" nem acontecesse com pessoas da minha geração. Justo comigo, não acredito.
Mas, se maturidade é isso, obrigada, Senhor! Recaptulando... Agora eu não preciso ser o que eu não quero. Não faço, seja lá o que for, porque não estou afim e não explico o motivo se eu não quiser me explicar, ora!
Virei especialistas em economia: Telefone? Nada. Vamos se encontra, conversa. Vamos, pode ser hoje. Seja hoje qualquer "feira" além, do sábado e do domingo. Sabemos que é melhor voltar cedo, se não amanhã...
Só que amadurecer não nos faz parar de chorar, isso não. Entendi que não importa o que eu fiz. Tá feito.
Aprendi que só me explico se for vantagem para mim. E que não importa mesmo o que os outro pensam se estiver firme.
Vejo que não adianta discutir... Justo com quem.
E que os amores aparecem quando eles bem querem. E para isso não é preciso "dar pinta por ai", faça-me o favor. Finalmente aquela do "antes só do que mal acompanhada" faz todo sentido.
Pena que não tenha me ensinado da não brigar.
Um pouco de maturidade mostra que o futuro é logo ali. E que as realizações precisam começar já. E que não adianta desejar que "um dia" não chegue ou fugir de uma data qualquer... Todo dia chega! E tudo que deve acontecer nele, simplesmente acontece.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Quando é saudade

Tati Moraes



Saudade dói
E é quando a dor aparece
que a gente lembra que existe
E que não esqueceu dele
Quando é saudade
A gente sente, nega, mas em vão
Sendo mesmo saudade, que jeito?
Se entregue às lembranças
Junte-se à aquela amiga
De confiar no escuro e comece...
Quando é saudade e a gente sabe quando é
Nós duas danamos a falar
Contando estórias antigas
Com aquela emoção de "dia seguinte"
E ouvimos, de propósito músicas
cheias dos nossos contos de saudade
Brindamos a cada copo
a estas e as próximas
Felizes sim e cheias de esperança